quinta-feira, outubro 14, 2010

Nok - Edição Março´10

O techno minimal pode não ser dos géneros mais apreciados pela esmagadora maioria dos racionais, mas “Black Noise” merece uma escuta atenta. Exercício exímio na arte da composição electrónica, o mérito pertence a Pantha du Prince que combina sons mais techno e electro, com a doçura do minimal e chillout. Como influência absurda, Pantha revelou que este trabalho teve início em meras gravações experimentais do som que ao seu redor se pronunciava: pássaros, sinos de igreja ou cascatas. Se por vezes o ambiente é soturno e enigmático, o panorama melhora ao escutarmos temas como “The Splendour” ou “Stick To My Side” que nos transportam e fazem voar. Nota ainda para os sinos que ornamentam as faixas deste trabalho, e que de modo viciante nos agarram às faixas deste “Black Noise”. É insuspeito o talento de Bonobo que ao quarto trabalho de originais nos traz com sabedoria mais uma colecção de faixas bem ao seu estilo. Downtempo que se confunde com trip-hop, e na voz a magia e sedução de Andreya Triana. A fórmula pode ser perigosa, pois Bonobo não tem inovado. O truque que supera o tédio reside na inserção de elementos roubados ao jazz, à música latina, brasileira, oriental e até mesmo à soul. Destaque para “El Toro”, “We Could Forever” e “The Keeper”. Sexto álbum do veteraníssimo Sven Van Hees, o belga que promove a cena chillout e lounge com todo o afinco. Neste novo trabalho há incursões pelo deep-house o que causa uma sensação de curiosidade entretanto muito bem saciada. O resultado final apresenta-se num registo bem encorpado e sequenciado pois, mais uma vez, Van Hees remisturou todas as faixas o que originou uma sequência bem cadenciada. “Maverick” foi editado em finais do ano passado mas é um álbum que se enquadra perfeitamente nesta Primavera e com lógico arrastamento para o Verão que nos espera. Têm permanecido um pouco no anonimato, mas a verdade é que não se tratam propriamente de novatos. Eles são os Miike Snow, e na cena pop são responsáveis por hits de artistas como Britney Spears, Kylie Minogue, Kelis, Madonna e Jennifer Lopez. Até aqui tudo bem e quiçá nada de mais. Na vertente mais electrónica a curiosidade disparou quando surgiram remisturas do trabalho homónimo com a assinatura de Calvin Harris ou Fred Falke. Um álbum com excelentes características de pop-electrónica (Animal ou Burial são bons exemplos). Para os mais curiosos acrescente-se a informação que há remisturas dos próprios para temas dos Passion Pit e Kings of Leon.

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