terça-feira, outubro 24, 2006

Who Made Who

Os mais velhinhos de nós certamente que irão associar o nome ao clássico dos AC/DC, mas a única comparação que poderia daí advir, até nem é o som, que sem ser puramente electrónico, também não é puramente rock.
Das designações que já li, surgem catalogações engraçadas como electroclash, electro-rock, electro-pop, indie e nu-electro.
Já nem vou tocar nesta tecla pois já conhecem a minha posição.
Os Who Made Who são talvez, uma mistura bem conseguida de pop electrónica e punk-funk, com cheirinhos de outros ingredientes como o groove.
E antes de comentar, o que vale mesmo é escutar as suas produções.
Do ano passado, quase com um aninho em cima, temos o fabuloso álbum de estreia "Who Made Who". Além do homónimo, temos já deste ano "Green Versions".
Foi ao som de uma versão de Benni Benassi, Satisfaction, que fiquei a saber quem eram estes dinamarqueses. Um dj de house viciado em batidas, um baixista que canta e que vive atado à época Bowie, e um guitarrista de jazz muito avant-garde, são estes os artistas que produzem um som muito único, e que para mim são disco-punk! (Mais um estilo pró saco)
Explorem este trio bem ecléctico. Muitos poderão sentir um certo ambiente 60´s, com cheiro a folk. Quem sentir os 70´s poderá associar à onda psicadélica. Dos 80´s sente-se o punk e funk, e finalmente, claro que se nota as marcas disco e ambient.
Dois álbuns muito surpreendentes que merecem toda a atenção. É esta a nova música que se define sem definição. Que se produz dentro de estilos gerando novo estilo. After all, who made who?


domingo, outubro 22, 2006

Já era bom ser bebé, assim ainda mais!

Sendo o chillout um dos estilos aqui abordados neste blog, não poderia deixar de passar esta oportunidade de falar de um dos projectos mais simpáticos que a música já conheceu. Lembrem-se que acima da atitude calma e melancólica que este estilo musical transmite, está claramente uma forma de estar. Chill, destressada, descontraída, relaxada...
A recém-criada editora Baby Rocks teve a genial idéia de recriar os sons de alguns grupos de renome, num formato completamente lullabye, que é como quem diz, canção de embalar.
Nomes como Pixies, Coldplay, Nirvana, The Cure, Tool, The Beach Boys, Led Zepellin já fazem parte deste novo universo, e até nós chegou a versão dos Radiohead - "Rockabye Baby! Lullaby Renditions of Radiohead".
Estruturada numa plataforma instrumental, temos xilofones, vibrafones, pianos e melotrons, que fundidos geram um ambiente agradável, não só a bebés mas também a adultos. A banda de Thom Yorke tem nos seus temas mais clássicos a grande base deste álbum, que são completamente maquilhados e resultam numa grande doçura e ternura, tal como um bebé...
Quase que arriscava dizer que estas versões é que originaram os temas originais, se me é permitido a heresia e o sacrilégio.
Não vale a pena contar muito mais, é ouvir e deliciar a alma.

terça-feira, outubro 17, 2006

Vida pós-Herbert


Não se separam àguas com a mesma facilidade que com azeite, e esta comparação serve para traduzir o som que escutamos do suor e inspiração de Dani Siciliano neste "Slappers".
Se no ano de 2004 tivémos a participação de Mugison, Olegavitch e Herbert no àlbum "Likes", neste novo trabalho nenhum deles é repetente, se bem que Herbert ajuda de forma subtil na produção. Mesmo não tendo a importância de outrora nos seus trabalhos, Dani vê a sua relação sentimental com Herbert produzir a mesma pop sintetizada, a mesma electrónica experimental, com a mesma qualidade de sempre, que premeia quem joga no risco da procura de novos sons e efeitos.
Ela própia admite que procurou explorar a voz de modo a conferir um novo equilibrio entre a electrónica e os instrumentos, algo que nos faz compará-la vagamente aos Moloko de Róisín Murphy.
Não se pense que existe um exagero na alienação do seu trabalho a Matthew Herbert. Mas o facto é que esta escola tem seguidores que não se importam de arriscar, e de tentar revolucionar o tão saturado mundo da música electrónica. É esta a filosofia Herbert, e para isso invadem-se os terrenos mais díspares como a soul, country, blues, jazz, funk, disco, e como é natural, a electrónica. Apesar de não ser um àlbum revolucionário, pela atitude que tem, até acaba por o ser. Aporta sofisticação e dinamismo melódico, é sincero...e honesto. Ao todo, um conjunto de músicas que são difíceis de catalogar, mas que procuram o abrigo e amparo dos menos duros de ouvido.


quinta-feira, outubro 12, 2006

Novidades Deep Café

Neste sábado, 14 de Outubro, sai o primeiro exemplar da revista "Studio Box" - Edição de Elvas. Para quem não sabe, trata-se de um magazine bimestral e gratuito que vai abordar as mais variadas formas de cultura, arte e design, e em especial, da região. Temas como a moda, música, teatro e cinema, arquitectura, pintura e fotografia serão focados em cada impressão.
Eu própio fui convidado para orientar a página de música, e centrarei o interesse máximo em expandir o conhecimento e propagação da música electrónica. Será uma continuação deste blog, que sempre se apoiou nos sons de cariz mais moderno e de vanguarda.
Obviamente que haverá uma festa de lançamento, e que vai decorrer no Tea & Wine.
Como dj principal, vou procurar no meu set, abordar as sonoridades mais chill e lounge, havendo a natural transição para o deep-house, house e electro.

Por outro lado, informo também que já se iniciaram negociações para o regresso do Deep Café, versão rádio. Este ano, são escassas as probabilidades/possibilidades de integração na grelha da RUBI, pelo que a opção passou para o patamar de uma rádio mais profissional, de expansão e visibilidade muito superior. Assim que houver novidades, elas serão transmitidas através do blog. Bons sons, na companhia do Deep Café...

domingo, outubro 08, 2006

You are very stylish, and sexy, and hi-pro, and...

Stephane voltou a fazer das suas. E já é a nona vez que comete a proeza de
nos surpreender. Sempre pela positiva! Assim, ainda quentinho, temos do passado mês de Setembro Hotel Cóstes Vol.9, mais uma entrega da editora Pschent Music.
Jean-Louis Costes foi o culpado disto tudo quando em 1997 decidiu convidar
Stéphane Pompougnac para ser o dj do restaurante do seu hotel. Anos
volvidos, e dentro da responsabilidade que é ser um dos melhores dj´s do
mundo, Stéphane pode-se orgulhar de ser dos poucos que mesclam tudo numa
só noite, tal como o melhor refogado cheio das mais variadas especiarias.
Para quem não sabe, num só álbum Cóstes, podemos encontrar bossa, electro,
jazz de fusão, trip-hop, deep-house, chillout, dub, lounge, e mais todas
aquelas denominações aos estilos e sub-estilos da nova música electrónica.
Mais engraçado ainda, Pompougnac não se tornou apenas num dos nomes mais
requisitados para as noites mais "in", fashion, e sexy da nossa Europa.
Tornou-se também no nome mais aconselhado para a inauguração de cafés e
bares dos famosos. Em Bristol, terra natal dos Massive Attack, o bar dos
autores de Mezzanine tem a presença assídua do francês. E caso desejem ir
a Miami, ao Bamboo Bar de Cameron Diaz, certamente que o poderão encontrar
de novo. Mais casos como estes poderão ocorrer pelo mundo fora. Alemanha,
Itália, Brasil, etc.
Para o mais recente trabalho do francês, os destaques vão claramente para
Gotan Project e Parov Stelar. E o desfile continua com nomes menos
sonantes mas que só por si, pela escolha de Stéphane, merecem a escuta
mais afiada e atenta.
Clara aposta para quem necessita do calmo refúgio do seu lar, e que com este objecto de sedução e ousadia, pode renovar o seu trabalho, conquistar a sua alma-gémea, renovar-se interiormente, ou simplesmente redescobrir o prazer que é estar vivo, e ter a música como aliado.
Ah, e não se esqueçam que isto tudo é um estilo de vida! Quer seja Cóstes ou Deep Café...

segunda-feira, outubro 02, 2006

Benvindos sulistas...

Juke Joint é traduzido do calão como sendo o estabelecimento onde os blues e as bebidas alcóolicas eram a atracção principal, sendo estes locais geridos por Afro-Americanos, no sudeste norte-americano. (Nota do blog)
Aí está a segunda entrega para as colectâneas "Juke Joint", a cargo da dupla de Nuremberga, Boozoo Bajou. Como sempre, a essência cultural e étnica são os motes principais para este álbum que recolhe as maiores influências musicais de Bei Florian Seyberth e Peter Heider.
Dentro deste saco, há como sempre muitas marcas da soul, jazz e blues, sendo um autêntico bilhete de ida para as margens do Mississippi, passando também pelo reggae jamaicano. Destaques, alguns! Josh Rouse vê o seu "Come Back" recuperado, e associado a outros nomes como El Michels Affair ("Hung Up On My Baby"), Alice Russel ("Hurry On Now"), Mark Rae ("Medicine"), ou Mulatu Astatque ("Emnete").
Dentro daquilo que tem vindo a ser considerado como o som genuíno dos Boozoo Bajou, é claramente um álbum que se enquadra na filosofia chill e dub. Mas é, e tão somente isso! Um álbum simpático de homenagem aos sons que os inspiram, mas pouco mais. Agora, técnicamente falando, é uma recolha que baralha e volta a dar as cartas que nos ditam as catalogações da música actual. Dá que pensar...e analisar! Eis de novo a marca !K7 Records, agora a gerir esforços de qualidade, e com selo de apoio Deep Café.