Apesar de aliciante, este é o tema que desde sempre considerei dos mais controversos e complicados de debater: a catalogação constante da música actual.
Quem vagueia pelo mundo da música, sabe que ela se divide em grupos, vertentes, estilos, modas, géneros, etc... Pior ainda, é quando entramos neste blog e constatamos que dentro da electrónica surgem um sem fim de marcas, que apelidam as habilidades sonoras dos projectos e grupos mencionados.
Não há dúvidas que a fusão é a principal arma da música electrónica, e a partir de uma base como a música de origem hindú, do tango, do fado, do jazz, do flamenco ou tribal, podemos criar uma obra prima simplesmente adicionando-lhe uma batida trip-hop ou um ritmo lounge. Mas também não há dúvidas que esta saturação de catalogações é da responsabilidade da indústria que procura incessantemente novos artistas, e por arrastamento, novos estilos e géneros, sempre na ânsia de surpreender. Temos o chillout, que se ramifica em downtempo ou ambient, temos o lounge que também pode ser deep-house, há o trip-hop agrupado com o dub, o jazz de fusão ou nu-jazz, o electrofunk, e como se não fosse suficiente e ridiculo, aparecem o chillhouse, o electrodub, e outros mais, mas que não disfarçam esta aparente fusão da fusão.
Até que ponto não será perigoso etiquetar cada àlbum que sai, ofuscando o nome do artista ou do projecto? Até que ponto não será complicado entrar numa roda, cujo ciclo nos conduz à origem? Será o resultado (mais um) da globalização?
A opinião do Deep Café é a mesma de há uns anos atrás. Vivemos em excessiva atribuição de estilos, que não são novos, apenas possuem uma roupagem nova e fazem-se passar por atracção momentânea.
Deixem os vossos comentários e opiniões. O debate a vós pertence.
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