segunda-feira, junho 12, 2006

Gelatina de limão, refrescante e inovadora!


É curioso falar dos Lemon Jelly, pois para muitos são os Led Zeppelin da música eletrônica.
Sem a presença de Robert Plant e Jimmy Paige, este projecto rock-electrónico é formado por Fred Deakin e Nick Franglen que, além da música, se encarregam dos projetos gráficos e da embalagem de todos os seus lançamentos. Deakin é o DJ e designer, tendo no seu currículo uma prestigiante relação com a revista "The Face". Por seu turno, Franglin é um produtor que tem como orgulho pessoal, a honra de trabalhar com Björk e Primal Scream.
Lançado o ano passado, temos à nossa disposição "64-95". Um àlbum simples, com temas de base eletrônica, e criadas sobre samplers de canções de uma vasta colecção particular da dupla inglesa. Apesar de ser considerado o terceiro álbum dos Lemon Jelly, na verdade este é mesmo o segundo disco de originais, já que o primeiro editado em 2000, era na verdade uma espécie de colectânea dos primeiros singles do grupo inglês.
A comparação com os Led Zeppelin começa na sua ambição e vontade de fazer rock'n'roll épico para encher estádios, mas sem nunca descurar a vertente electrónica que são os pilares do seu trabalho. Mesmo assim achou-se necessário colocar um aviso na capa do álbum dizendo que "o novo álbum de Lemon Jelly é diferente do anterior" (Lost Horizons de 2002). Lançado pela editora independente inglesa XL Recordings, "64-95" apresenta nove faixas de músicas que vão de swing/dub, ao estilo tech-house, passando pela tradicional batida do rock. Todas começam em formato "crescento" adicionando em formas sobrepostas instrumentos, sons e efeitos recreativos.
Segundo o site da dupla, "64-95" é um álbum baseado em samplers provenientes da colecção particular de vinis. Assim se explicam os títulos das faixas. Cada um traz o ano da música sampleada e o apelido da música: " '88 aka Come down on me", retirado da música "The Blue Garden" de 1988, da banda norte-americana Masters of Reality. Não se esqueçam de conferir o single (belíssimo, por sinal), que cheira a algo épico "Come down on me".
A parte gráfica do novo álbum é apetitosa, colorida e traz o título dos álbuns em forma de ilustração, um paralelo com as próprias músicas, onde o vocal não é cantado e sim ilustrativo. No final, o único aspecto negativo prende-se com o já referido site oficial da banda, que está sediado nas Ilhas Caimão, um conhecido offshore. O problema não é esse, mas sim que é deveras decepcionante, tendo em consideração os projetos gráficos da dupla. Esta página digital fica aquém das espectativas, mas não há nada melhor para quem quer mais e melhores informações dos Lemon Jelly que recorrer ao site da editora XL-Recordings.
Como sempre, o aval do Deep Café fica dado, proseguindo a apreciação nas emissões da Rubi.


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