terça-feira, outubro 17, 2006

Vida pós-Herbert


Não se separam àguas com a mesma facilidade que com azeite, e esta comparação serve para traduzir o som que escutamos do suor e inspiração de Dani Siciliano neste "Slappers".
Se no ano de 2004 tivémos a participação de Mugison, Olegavitch e Herbert no àlbum "Likes", neste novo trabalho nenhum deles é repetente, se bem que Herbert ajuda de forma subtil na produção. Mesmo não tendo a importância de outrora nos seus trabalhos, Dani vê a sua relação sentimental com Herbert produzir a mesma pop sintetizada, a mesma electrónica experimental, com a mesma qualidade de sempre, que premeia quem joga no risco da procura de novos sons e efeitos.
Ela própia admite que procurou explorar a voz de modo a conferir um novo equilibrio entre a electrónica e os instrumentos, algo que nos faz compará-la vagamente aos Moloko de Róisín Murphy.
Não se pense que existe um exagero na alienação do seu trabalho a Matthew Herbert. Mas o facto é que esta escola tem seguidores que não se importam de arriscar, e de tentar revolucionar o tão saturado mundo da música electrónica. É esta a filosofia Herbert, e para isso invadem-se os terrenos mais díspares como a soul, country, blues, jazz, funk, disco, e como é natural, a electrónica. Apesar de não ser um àlbum revolucionário, pela atitude que tem, até acaba por o ser. Aporta sofisticação e dinamismo melódico, é sincero...e honesto. Ao todo, um conjunto de músicas que são difíceis de catalogar, mas que procuram o abrigo e amparo dos menos duros de ouvido.


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